Não é de hoje que a televisão e as demais mídias vêm tentando atrair seu público e ganhar audiência de diversas formas, entretanto gostaria de chamar a atenção neste artigo sobre uma delas: o sensacionalismo.
Ao ouvir a palavra sensacionalismo, automaticamente você deve associar ela com nomes notórios como Gil Gomes e João Kleber. Me atrevo a dizer que esses dois são basicamente os precursores do sensacionalismo brasileiro, sendo Gil Gomes com suas reportagens carregadas de caretas esdrúxulas, música de fundo pesada, fala macia e João Kleber com vinhetas e assuntos intragáveis, sem nenhum nexo ou compromisso com a verdade, chegando no limite do cômico e bem próximo ao ridículo.
Mas e quando o sensacionalismo deixa de se tornar apenas uma ferramenta para conquistar a audiência e passa dos princípios, valores e do caráter do ser humano… Há limites para o sensacionalismo? Muitas vezes percebemos que não…
Nesta segunda-feira (17/02/2020), o Cidade Alerta, da rede Record de televisão, apresentado por Luiz Bacci, me deixou perplexo e revoltado. O apresentador trouxe ao estúdio ao vivo a mãe de uma jovem de 21 anos que estava desaparecida. A mãe, com esperanças de encontrar a jovem escuta as seguintes palavras de Bacci: “A senhora quer mesmo saber das novidades?”.
Não tenho palavras pra descrever o quão desumano é brincar com os sentimentos de uma mãe desesperada em cadeia nacional, fazendo aquele sensacionalismo barato e nojento apenas para “esquentar” a audiência.
A mãe aceita, esperando novidades da filha desaparecida. Bacci então conversa com a mãe e interrompe subitamente, pois estava recebendo “novas informações” no estúdio. A mãe da jovem continua aguardando, com esperanças. Bacci recebe ao vivo o advogado do namorado da jovem, que dá a notícia da morte da menina pelas mãos do namorado. A senhora entra em colapso, aos berros chorava: “Não! Não! Não! Não! Ele não fez isso com a minha filha, não!”. Em seguida a mãe desmaia ao vivo no programa.
Outro caso de sensacionalismo barato e repudiante é quando o apresentador do programa “Hora do Faro”, Rodrigo Faro, faz uma suposta homenagem ao falecido apresentador de televisão Augusto Liberato, o Gugu.
No decorrer da “homenagem”, Faro começa a forçar o rosto com uma expressão de que irá chorar. Os olhos brilham, mas as lágrimas quase não vem à tona, uma expressão clara de choro falso ou, se preferirem, lágrimas de crocodilo. Como se não bastasse, Faro ainda foi pego pelas câmeras perguntando “Como tá a audiência?”.
Em hipótese alguma se deve brincar ou tentar tirar proveito da dor e sofrimento alheios. Em minha opinião, essas claras demonstrações de falta de humanidade são no mínimo passíveis a uma punição por meio da lei. Esperamos que possamos tirar lições importantes através desses péssimos exemplos de comportamento para que não façamos o mesmo.
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