O professor da UFMT de Barra do Garças, Márcio Andrade, foi o primeiro brasileiro a concorrer ao Global Teacher Prize, o equivalente ao prêmio Nobel da Educação. Mas nos últimos anos, uma das batalhas dele está fora da sala de aula e sim nos tribunais.
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O processo começou em 2014, quando o professor foi inscrever o trabalho “Utilização do Óleo de Babaçu Oriundo da Comunidade Ribeirinha (Associação das Quebradeiras de Cocalinho) da Região de Cocalinho-MT para Desenvolvimento de Produto com Atividade Antimicrobiana”, em uma competição, mas para surpresa dele, o mesmo trabalho já estava inscrito e em nome de outra pessoa. Foi aí que as investigações começaram. O trabalho criado pelo professor Márcio visava desenvolver a comunidade de Cocalinho-MT assessorada pela EMPAER, com a criação de um bioproduto, já que o professor é formado em engenharia química pela EEL-USP.
A suspeita era que o trabalho tivesse sido plagiado. O plágio é quando uma pessoa copia partes ou totalmente uma obra que pertença a outra pessoa sem a permissão do autor. Ou seja, a pessoa copia um trabalho de outra e assina como se ela tivesse realizado este trabalho. Além disso, o plágio pode ocorrer quando uma pessoa tenta se passar autora de um trabalho que não lhe pertence, como é o caso.
É uma apropriação indevida de uma obra intelectual.
A acusada, que também é professora do curso de Biomedicina e está vinculada ao ICBS da UFMT, campus de Barra do Garças, teve a participação no Prêmio Celso Furtado de Desenvolvimento Regional Edição 2014: Homenagem a Armando Dias Mendes desclassificada após a acusação de plágio. Além da desclassificação dela, há também a eliminação do projeto dentro do prêmio, assim, ele não pode ser avaliado, já que a professora não era autora da ideia e da propriedade intelectual e hoje já e Ré em processo criminal. O caso foi tão grave que até a Polícia Federal teve que se envolver e verificou que o professor Márcio falava a verdade.
Márcio Andrade então buscou respostas junto a comunidade acadêmica, que, de acordo com ele, tentaram ocultar as provas e evitar um escândalo, até mesmo com a proteção da autora do plágio.
Assim, sem apoio da própria universidade, ele encaminhou as provas para o Ministério Público e desde então busca por vias legais, a reparação e o prejuízo que este plágio causou para a própria carreira.
Embora a RÉ e associados, tentassem ludibriar as autoridades competentes, a farsa foi descoberta, graças a ação de inteligência da polícia civil da primeira delegacia (Delegado Adriano) e Ministérios Públicos.
O professor afirma que o plágio é um câncer científico: “Ele tira o mérito dos pesquisadores. Ele rouba as ideias. Não dá o crédito devido e tem que ser eliminado do nosso meio científico urgentemente. Não podemos beneficiar quem comete plágio”.
Andrade espera que com o processo ele possa receber os devidos crédito pelo trabalho. E ainda um pedido de desculpas por parte da UFMT. “Isso é o mínimo que a instituição UFMT me deve”. Esse processo já está há anos na Justiça, mas Márcio espera que mesmo com a demora, a Justiça puna os responsáveis.
Abraham Lincoln: Você pode enganar uma pessoa por muito…
Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo.
Segundo o Código Penal, a pena par ao crime de plágio é a detenção de três meses a um ano ou multa. Os próximos passos dessa situação, é aguardar os trâmites judiciais, e que a Justiça avalie as provas enviadas pelo professor e ele ainda espera que a UFMT se retrate da situação.
Nós procuramos a acusada e também a UFMT, campus de Barra do Garças, para falar sobre a situação. A acusada afirmou não ter praticado o plágio, mas bloqueou o repórter ao ser solicitado que enviasse o certificado de participação no certame, que provaria sua suposta alegada inocência. Já a UFMT, por meio dos responsáveis no momento, já que o pró-Reitor está de férias, alegou não saber da situação e nenhum dos procurados quis se pronunciar.
Vamos aguardar uma manifestação da UFMT e das autoridades competentes. A sociedade merece uma resposta.
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