Um recente levantamento da Serasa revelou uma preocupante realidade financeira em Mato Grosso, onde metade da população do estado encontra-se endividada, somando um impressionante total de 1.335.184 pessoas com compromissos financeiros vencidos. Essa montanha de dívidas representa um montante exorbitante de R$ 6,9 bilhões.
A pesquisa ainda aponta que o valor médio das dívidas, atingindo a marca de R$ 5,2 mil em junho deste ano, registrou um alarmante aumento de 11% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, quando observamos o perfil dos endividados, é notável que mais da metade são mulheres com idades entre 26 e 41 anos, indicando uma tendência preocupante.
Um exemplo trágico dessa situação é o caso de Jesuíno Oliveira, um jardineiro autônomo que enfrentou uma série de desafios após um acidente que o impossibilitou de trabalhar por um ano. Sem o suporte do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Jesuíno acumulou uma dívida devastadora de R$ 50 mil, sem perspectivas claras de como liquidá-la.
O economista Fernando Henrique Dias lança luz sobre uma das principais causas dessas dívidas crescentes: o uso inadequado do cartão de crédito. Ele observa que muitas pessoas que ganham até três salários mínimos mensais utilizam o crédito como uma extensão de sua renda, o que inevitavelmente as leva a um ciclo vicioso de endividamento. “Elas conseguem pagar nos primeiros meses, mas, com o acúmulo de outras dívidas, acabam deixando o cartão de crédito rolar, e as taxas de juros exorbitantes no Brasil chegam a 440% no crédito rotativo,” adverte o economista.
A situação das dívidas em Mato Grosso é um alerta preocupante para a saúde financeira da população, exigindo uma reflexão coletiva sobre o uso responsável do crédito e uma atenção urgente às políticas públicas de apoio financeiro para evitar que mais pessoas se vejam encurraladas nesse ciclo de endividamento insustentável.