Opinião: Autor de “Caixa de Pássaros” fica abaixo do esperado em “Piano Vermelho”

O título deste artigo não significa que achei “Piano Vermelho” um livro ruim. A narrativa é muito boa e a trama te prende do início ao fim. Mas após o sucesso “Caixa de pássaros”, que devorei rapidamente e considerei um dos melhores livros que li em 2018, esperava mais do novo livro de Josh Malerman.

A história gira em torno de uma banda musical, os Danes, formada por ex-militares que são chamados pelo governo dos Estados Unidos para investigarem misteriosos sons no deserto da África. Esse som deixa a pessoa desnorteada e causa efeitos físicos e psicológicos devastadores. Liderados então pelo pianista Philip Tonka, a banda decide aceitar a missão, claro, em troca de uma boa quantia em dinheiro. Mas nada acontece conforme o planejado.

A narrativa alterna entre o presente e o passado. Já seis meses após a expedição, Tonka acorda em um hospital, depois de um acidente inexplicável ocorrido no deserto. O curioso é que o corpo dele, ao ser recuperado, estava quase deformado e desde então ele vem se recuperando em uma velocidade assustadora.

Então surgem várias perguntas: Como ele foi parar no hospital? O que aconteceu no deserto? De onde vem o som? Ele foi localizado? Estão todos bem? E a busca por essas respostas te prende na leitura. São 318 páginas muito bem escrita. Mas o que me fez ficar um pouco cabisbaixo (principalmente pelo nível acima do normal do primeiro livro dele), foi que na reta final, Malerman que atropelou e não deixou bem clara as explicações ou não deu o devido valor nelas.

Poderia sim ter dedicado uma explicação mais plausível aos fatos e a alguns personagens ter dado mais atenção. A leitura flui, é ótima, mas quando lemos muito acima, como foi “Caixa de pássaros”, esperamos o mesmo nível da obra seguinte. Talvez se esse fosse o primeiro livro, a crítica seria diferente e com mais elogios, mas como não foi, fica essa pequena cobrança.

Apesar disso, vale a leitura e o final nos deixa reflexivos sobre a existência e como encaramos a vida. Exatamente o tipo de livro que curto.

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