O modelo familiar é notável em qualquer situação: tempo e espaço; ainda mais quando o assunto está relacionado ao modelo familiar. A família precisa ser um modelo autêntico, verdadeiro, colaborativo e cooperativo em todos os momentos da vida, a fim de que a família seja “ o cordão umbilical”, desenvolvendo diversas ligações, fortalecendo o processo afetivo e familiar, sendo referência na vida pessoal e social do filho.
A família é a base de sustentação e o apoio para o filho. É por essas e outras razões que abordar esse assunto é de extrema importância e necessária para a conscientização e reflexão para cada família.
O MODELO FAMILIAR NO PASSADO
Como era o modelo familiar no passado? O modelo de “ família” constituído antigamente era um modelo rígido e autoritário imposto pelos pais aos filhos respeitando, obedecendo e cumprindo as regras ditas pela família.
O conceito de família não deve ser aceito como objeto de estudo de palavras ou por teorias, mas deve ser definido e entendido através de atitudes, exemplos, valores éticos, civis, morais e sociais, ou seja, podemos dizer que a família é a demonstração verdadeira do convívio natural e afetivo entre as pessoas residentes em uma mesma casa, que apesar das diferenças e costumes de cada membro familiar, amam, criam, sentem, choram, pensam e abraçam.
Uma pergunta à pensarmos e refletirmos: O que fez o modelo familiar no passado ser o mais adequado e correto? A resposta é simples caro leitor: esse modelo adequado para aquela época era através da forma como os pais educavam e ensinavam seus filhos com autoridade, impondo respeito, educação e honestidade. Era dessa forma, que os pais (família), demonstravam os verdadeiros valores familiares aos seus filhos para que eles seguissem o respectivo exemplo, se tornando referência como modelo familiar adequado para aquela época e às futuras gerações.
É claro que não podemos esquecer de falar que o trabalho é fator importante na educação e estruturação dos membros familiares que, com um olhar moderno, o trabalho para os filhos pode ser considerado para alguns ou para a maioria das pessoas como “ trabalho pesado”, “ ato explorador”, “ ato desonesto”, mas para outros, o trabalho pode ser visto edificável humanamente, fisicamente, emocionalmente, espiritualmente e a psique ( mente) crescendo nos corações dos filhos , o verdadeiro exemplo de “ ser família”. Vale lembrar que a grande maioria dos filhos daquela época, não puderam ter a oportunidade de concluir os estudos, já que seus pais os mandavam que trabalhassem e ajudassem em casa.
O MODELO FAMILIAR HOJE
É fácil perceber a diferença do modelo de família existente entre o antes e o hoje. Com os avanços tecnológicos, o consumismo, a competitividade, o individualismo, as redes sociais como WhatsApp, Facebook, Twitter, Instagram e outras, estão cada vez mais atraindo pessoas e famílias do mundo todo, resultando na “separação” dos valores familiares, da afetividade, do amor, do diálogo, da união e do convívio em uma velocidade rápida. Podemos chamar esses efeitos midiáticos de “ divórcio familiar” que acontece pelo afastamento de cada membro familiar que consiste em dar mais atenção e se preocupar com algo abstrato, sem valor e sem sentimento, em vez de saber como as pessoas da própria casa estão. É nítida e perceptível a imagem quando chegamos a casa de alguém ( parentes, vizinhos, amigos), os próprios familiares estão cada qual em um cômodo da residência, conectados em uma rede celular ou do computador e entre outros (lembrando que esse costume não é culpa da família, já que vivemos em um mundo conectado e globalizado em qualquer meio tecnológico). Essa situação, só é problema quando a família deixa os valores se perderem e dão lugar a à “materialidade”, o poder de assumir e controlar suas vidas como se fossem robôs e “ escravos “ de si mesmos.
A família é o alicerce, os pilares de todos os membros familiares, cada um apoiando o outro em suas necessidades, decisões e dificuldades. Diria até que o conceito de modelo de família é construído tijolo por tijolo, assim como uma casa é construída que precisa de um alicerce forte para suportar as “ tempestades”, as barreiras” da vida. Com toda essa situação de instabilidade, é preciso refletirmos: devemos “ter família” ou “ser família”? Caro leitor, “ter família”, significa que a família é algo abstrato, material, intocável, “qualquer coisa” e o “ser família” é vivenciar, ser unidos, passar momentos alegres e únicos com a família como fazer as refeições do dia, dialogar, rir juntos e passear. Todas essas e outras ações positivas é o tesouro mais precioso que podemos ter em nossa vida como conceito de família.
É provável, caro leitor, que eu e você no momento estamos no estágio em “ter família”. Famílias que são “ter família”, vivem de forma individualizada, desarmônica, dando espaço à solidão e a tristeza em vez do diálogo. É imprescindível que cada um de nós, cumpramos com o nosso dever de família, para chegarmos ao resultado “SER FAMÍLIA”.