Militarização do governo: O lado bom e o lado não tão bom assim

Pessoalmente, acredito que a militarização do governo não é algo ruim, mas algo benéfico, contanto que seja feita para cargos mais importantes e sem exageros.

Em minha análise, essa militarização é comparável à um cacto: eles contribuem para o ecossistema e adaptam-se aos climas mais extremos, embora tenham seus espinhos.

Esclarecendo um pouco mais, quando o assunto são os militares, me embaso em diversos militares que conheci: são muito disciplinados, eficientes, organizados, sérios e patrióticos.

Embora algumas características negativas se fazem comuns entre eles, das quais a mais marcante é a rispidez, elas vêm de um treinamento que receberam ao ingressarem na carreira militar, portanto é compreensível.

Oficiais para todos os lados

Agora vamos aos fatos: há pelo menos 2500 militares em cargos públicos no país (segundo a Folha de S. Paulo), dentre eles há aqueles que ocupam cargos de chefia e assessoria, além dos que estão em ministérios e gabinetes.

Porque há tantos militares no governo? Parafraseando o jornalista José Maria Trindade, o atual presidente é um militar reformado, e sempre teve contato com militares, antes e depois da vida pública. Portanto: militar conhece militar e irá sugerir militares!

Os custos não são poucos

Um militar ao ir para o governo, torna-se da reserva ou é reformado e começará a receber benefícios previdenciários de acordo com sua patente.

No caso desse militar estar em um cargo público, esse benefício será somado também ao valor que ele receberá pelo cargo que estiver desempenhando.

Militares recebem menos do que políticos ao se retirarem, porém, ao juntarmos todos os benefícios, ficará bem mais caro do que com outra pessoa no cargo.

Não se trata de capacidade

Que fique claro: não estou julgando capacidade dos militares, até porque conheço muitos militares que são exemplares e muito qualificados, mas, em um país onde a economia é uma das prioridades, não convém incharmos as contas do estado quando podemos economizar mais.

Como mencionei no início desse artigo, militares mais qualificados que possam ocupar cargos maiores no governo ou de mais importância serão sempre bem-vindos.

Já os demais, acredito que podem ser substituídos por pessoas competentes, com conhecimento técnico adequado e que não recebam outro tipo de benefício do governo.

Já temos políticos, assessores, juristas e funcionários que recebem quantias altas, e muitos deles já ganham acima do teto constitucional (Que está em torno de R$ 39 mil segundo o jornal Brasil de Fato).

Aqueles que talvez não deveriam estar lá

Agora para finalizar vamos falar um pouco de capacidade e postura. Nem todos os militares que estão no governo atual (em minha opinião) são qualificados para ocuparem tais cargos.

Um exemplo é o porta-voz da presidência, o general Otávio Santana do Rêgo Barros. Embora ele tenha sido chefe do Centro de Comunicação Social do Exército nos 5 anos anteriores, algumas posturas dele no atual governo chamam muito a atenção.

Durante coletivas, embora ele seja bem organizado e apaziguador, não lhe falta espaço para as tradicionais “mitadas”. Concordo com a primeira postura dele, porém cabe uma correção com relação à essas “mitadas”. Vamos ser francos, isso não ajuda na imagem do governo, da qual é obrigação dele, como porta-voz, cuidar. Alguns parlamentares até acham que a postura do general expõe o governo ao ridículo.

Outro caso é o do General Augusto Heleno, então Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Como mencionei acima, o militar recebe um treinamento e acaba adotando uma postura ríspida, mas isso se torna negativo quando se faz presente em instituições do governo.

Vale lembrar da última “sensação” que o general causou ao não perceber que o microfone estava ligado durante uma transmissão pela internet, onde ele disse que o atual congresso é chantagista. Isso não podia acabar em nada menos que confusão.

E por fim, temos o vice-presidente general Hamilton Mourão, que gerou diversas polêmicas, como quando disse abertamente que é a favor de uma intervenção militar. Acredito que isso não seja uma postura adequada para um vice-presidente, mas vamos ver se isso mudará agora que o presidente colocou ele como chefe do “Conselho da Amazônia”.

Colocando a tampa na panela

Está na veia do militar que entra para o governo gerar uma tensão e algumas polêmicas aqui e ali, se comportando como se fossem uma panela de pressão prestes à explodir. Não sou contra termos oficiais em cargos públicos, mas não favoreço o excesso deles, pois saem mais caros para o bolso dos pagadores de impostos.

Todavia, eles também são uma garantia de que menos corrupção acontecerá dentro da máquina pública, embora não resolvam o problema. E não se engane, nosso país sempre será democrático, pois eles também estão do lado da democracia, portanto não se iluda com alusões à golpes militares… Essa história é pura fantasia!

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