Fiocruz MG trabalha em vacina para o novo coronavírus

Fonte: Agência Brasil

No mundo há cerca de 200 grupos de cientistas que trabalham incansavelmente no desenvolvimento de uma vacina segura e capaz de combater o novo coronavírus. Segundo a OMS, pelo menos 8 desses grupos já iniciaram a fase clínica de testes em seres humanos.

Para não ficar de fora, a equipe de 15 pesquisadores liderada por Alexandre Vieira Machado, da Fiocruz em Minas Gerais, juntamente com outras instituições como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Instituto Butantã, a Universidade de São Paulo (USP) e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, estão trabalhando também em uma vacina brasileira.

Segundo Machado, o Instituto do Coração (Incor) de São Paulo também trabalha em uma vacina, liderados pelo médico dr. Jorge Kalil. Ambas as equipes trocam informações para acelerar o desenvolvimento de uma vacina eficaz. “Esperamos que nós possamos utilizar a deles junto com a nossa em alguns testes”, comenta Alexandre Machado.

Embora o desenvolvimento da vacina esteja seguindo em pleno vapor, em 2002 houve um surto do Sars-CoV-1, o antecessor do novo coronavírus (Sars-CoV-2), mas como o surto foi muito rápido, os pesquisadores não tiveram tempo suficiente para pesquisar e desenvolver uma vacina, isso também causou a dificuldade que temos hoje com o novo coronavírus. “É como ter que trocar o pneu de um carro em movimento descendo uma ribanceira”, explica Machado.

Alexandre Machado explica que sua equipe está trabalhando baseados no conhecimento que eles tem acumulado com o Sars-CoV-1 e usam como base o vírus influenza recombinante, cuja doença traz sintomas respiratórios e é mais grave em idosos, similar ao covid-19.

“Nós modificamos geneticamente o vírus da gripe, que é o vírus influenza, para que ele produza tanto as proteínas do vírus da gripe quanto uma proteína que nós chamamos de imunogênica, uma proteína que induz resposta imune, no caso ao Sars-CoV-2. Esperamos que uma pessoa vacinada com esse vírus tenha uma proteção contra a covid-19 e também à influenza”.

Porém, o trabalho ainda está longe de ser concluído. Segundo Machado, o desenvolvimento laboratorial deve ser concluído em meados do ano que vem, para então se iniciar a fase clínica, que é mais cara e complexa.

“A partir daí começa a parte clínica, usando outra espécie, como hamster, com mais controle de segurança, de toxicidade, de reações adversas. Depois que sair disso, ainda vai mais uns dois anos para entregar uma vacina com segurança para a população. Hoje é torcer para essas vacinas que estão em fase clínica, algumas delas, cheguem a termo e que nós tenhamos vacinas o suficiente para vacinar a população mundial”.

A produção de uma vacina para o novo coronavírus está mais acelerada em outros lugares do mundo, como por exemplo, a universidade de Oxford, no Reino Unido, já entrou em fase clínica de testes. Mas para Alexandre Machado, é fundamental que o Brasil tenha sua própria vacina com tecnologia própria, para que o país possa proteger a sua população sem depender de outras patentes, muitas vezes desenvolvidas por empresas privadas.

“Isso é muito importante, porque a vacina para covid-19 nem existe e já tem briga por ela. Qual a garantia que o Brasil tem, se um laboratório no exterior conseguir produzir, que terá acesso a ela? E em tempo hábil? Então o Brasil ter uma vacina própria, com tecnologia própria, é soberania nacional e independência tecnológica. Hoje, vacina é geopolítica e ciência é poder”, afirma.

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