A votação de domingo só expôs que, pelo menos, um terço dos brasileiros estão desacreditados com a política e que essa guerra extremista de esquerda e direita está uma palhaçada, beirando as brigas dignas de quinta série. É preciso falar de política com coerência e sensatez e eliminar o fanatismo bobo que teima em entrar na mente e no coração de muitas pessoas.
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É preciso entender que a “esquerda” não é formada pelo apenas pelo PT. Assim como a “direita” não é formada só por eleitores do Bolsonaro. Esses dois, digamos assim, sub-gêneros dos seus aspectos ideológicos, beiram o fanatismo. É como aquele torcedor de time de futebol que só enxerga o seu clube e considera que ele é melhor mesmo quando está na lanterninha da competição.
Ou seja, foi notável a perca de força do PT, que não levou nenhuma capital. Mas nos grupos petistas, era nítido que eles não faziam uma análise sobre isso e sim sobre o enfraquecimento do bolsonarismo que foi pífio em relação a 2018. Eles preferiram passar pano para a realidade deles e riram do adversário. A mesma coisa foi feita pelos bolsonaristas, que ao invés de discutirem o porquê do enfraquecimento do grupo deles, ficaram rindo dos fracassos de Boulos e Manuela.
É difícil entender quando esses adultos se tornaram tão infantis, mas a realidade hoje é essa e é ela que é preciso ser combatida. Discutir política é fundamental para o futuro do Brasil. Discutir e propor soluções, entender a realidade de diferentes grupos sociais e buscar a evolução econômica e social, além da intelectual, devem ser o objetivo. Memes infantis satirizando as derrotas dos adversários, é coisa de torcedor.
Essa discussão dos extremos fortaleceu apenas políticos da velha guarda que ganharam força. Afinal, vocês viram quem foram eleitos no Rio de Janeiro e em Cuiabá. Pessoas da tradicional política, que muita gente já não considerava mais… se fortaleceram e agora “ressurgiram” para se tornarem destaques.
Criar notícias falsas, teorias da conspiração, agir como adolescentes que ainda não sabem nada da vida, só vai atrasar o nosso quadro. Só vamos permanecer como país de Terceiro Mundo, com as atitudes de determinados grupos, que infelizmente hoje são de milhões de pessoas. Pessoas que agem em prol da própria ideologia e consideram qualquer um que pensa diferente como “inimigo”, são os mesmos que nos impedem de desenvolvermos.
É possível e é necessário conviver com a diferença. Mas uma diferença que seja coerente e sensata. Que não tenha atitudes de ódio ou infantis sobre quem pensa diferença. Já passou da hora, mas sempre é o momento para começar a agir com sensatez e coerência na política.
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