O advogado criminalista Marcos Vinicius Borges, conhecido como “advogado ostentação”, teve sua inscrição temporariamente suspensa pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Cuiabá. A suspensão foi resultado de sua ostentação nas redes sociais, o que é proibido desde 2021 pelo provimento 205/2021, que trata da publicidade na advocacia.
Morador de Sinop, a 500 km de Cuiabá, Marcos ganhou notoriedade nacional por defender casos polêmicos em Mato Grosso, como o do jornalista Lucas Ferraz, condenado por violência psicológica e física contra sua namorada, e também por representar a defesa de Edgar Ricardo de Oliveira, responsável por uma chacina que deixou sete vítimas fatais em um bar de Sinop, local onde ocorriam apostas de sinuca.
A Seccional de Cuiabá notificou Marcos Borges para remover qualquer publicação ostentatória de suas redes sociais em um prazo de 24 horas. O advogado, por sua vez, afirma que considera essa exigência inconstitucional e, portanto, não acatará a determinação no momento. Ele se compromete a aproveitar o período de suspensão para aprimorar seus conhecimentos e garante que seus clientes não serão prejudicados, pois outros profissionais de seu escritório manterão o atendimento.
Além da questão da ostentação, Marcos Vinicius também critica o fato de seu clipe sertanejo, onde atuou como participante, ter sido citado no processo, o que considera um desrespeito aos seus direitos fundamentais fora da profissão de advogado. Ele espera que o Judiciário corrija esse equívoco e lamenta que em um país prestes a liberar o uso de maconha, ser bem-sucedido como profissional se torne um crime ético, em sua visão, irônica.
Outro ponto de descontentamento do criminalista é a falta de união na classe advocatícia. Ele relembra um episódio em que sofreu uma tentativa de homicídio em seu escritório, em maio do ano corrente, e lamenta a ausência de apoio por parte da Ordem dos Advogados do Brasil. Para ele, essa falta de amparo demonstra a necessidade de revisão de alguns aspectos na atuação da instituição.
Com a suspensão temporária de sua inscrição, o “advogado ostentação” terá um período para reavaliar suas práticas nas redes sociais e espera resolver a questão com a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Cuiabá de forma satisfatória e de acordo com suas convicções constitucionais.