Opinião: Quando um livro deixa sua mente bugada – vale ler “O livro dos espelhos”

Sou um grande amante de leitura. Às vezes sinto que leio muito menos do que deveria, mas sempre que posso, estou com livro próximo a mim. E a minha última leitura, deixou minha mente inquieta. “O livro dos espelhos”, escrito pelo romeno E. O. Chirovici é um romance policial, altamente recomendado para quem ama tramas que “bugam” seu cérebro. Vou explicar.

A nossa mente prega peças. Talvez uma lembrança que temos de anos atrás, não seja exatamente como a situação aconteceu. É bem possível que aquela lembrança seja uma versão do nosso cérebro para aquele determinado fato. Ou até mesmo, uma adaptação por meio de relatos de terceiros. Estou escrevendo tudo isso, porque o livro aborda muito esse lado esse da Psicologia.

O agente literário Peter Katz recebe o manuscrito parcial de uma obra para avaliação. Nela, o autor, Richard Flynn, narra as memórias ligadas à morte de Joseph Wieder, professor da Universidade de Princeton, assassinato em 1987. Só que Flynn envia apenas uma parte do manuscrito. E quando Katz vai atrás da outra parte, o autor já está morto e ninguém sabe onde estão o restante das memórias.

E então a obra se desenvolve por meio de outros personagens, como um jornalista que investiga e busca o que realmente aconteceu na morte do famoso professor. A obra é tão bem amarrada que as 320 páginas viram praticamente sozinhas.

Apesar de ser ficção, Chirovici trabalha muito bem diversos lados da Psicologia e como nossa mente funciona, ou pode não funcionar exatamente de acordo com o que foi verdade.

A grande sacada é que o livro é um livro dentro de outro. Ou seja, ele dá acesso a parte do manuscrito e a uma narrativa que puxa para outra. É altamente indicado para quem gosta de devorar um livro, mas é inevitável, após cada capítulo, não questionarmos o quanto nossa mente é criativa e poderosa.

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