Para começar, você precisa entender que Coringa é um filme que conta a história de como se formou o vilão. Ou seja, não é um longa de um super herói, ou anti-herói. É 100% um vilão. Mas os porquês disso, que fez a DC produzir um dos melhores filmes do ano, na minha singela opinião. Segue, com SPOILERS!
Poderia ser qualquer vilão, que não um dos mais famosos da história dos quadrinhos. Porém, foi o Coringa, que eles decidiram narrar. O Arthur Fleck tem problemas psicológicos e tomava vários remédios controlados para poder conviver em sociedade. Mesmo com a medicação, ele ainda sofria de um distúrbio que o fazia rir muito quando nervoso, além de ter sofrido abusos na infância.
Poderia ser um filme de superação e de como, com todas as dificuldades, ele se tornou uma pessoa vitoriosa e do bem. Mas não é assim. Ele sempre suprimiu o verdadeiro “eu” dele. E por ser um cara “estranho”, foi alvo constante de bullying. Sempre perseguido. Não é algo imposto por “ricos”, como já li de outras críticas e sim da podre sociedade cruel em seus sentimentos.
Não que todos sejam cruéis, mas que a parte corrompida conseguiu um bom destaque devido aos vários problemas de Gotham. Uma revolta que mostrou o lado mais sombrio de muitas pessoas. E uma das principais vítimas era, quase sempre, o Arthur. Empiricamente, ele sofreu. E com isso, uma hora ele se rebelou.
O cara já tinha problemas, era constantemente alvo de ofensas e violência, e ia aguentar na boa? Não podia nem tentar fazer uma criança sorrir, que já ouvia repreensões. A vida toda dele foi uma constância para evitar o máximo da dor, pois a dor sempre esteve presente. As dificuldades em se relacionar devido a tudo que ele passou. Não tinha como ser diferente.
Agora seja sincero: você comemorou ou ficou enojado quando ele atirou contra os três jovens que estavam espancando ele? Qual lado da história você acha que estava certo? Não é questão de julgamento aqui, mas de você, leitor, entender como o personagem deu um basta aos abusos que sofria.
Só que ao invés de sentir culpa pelas mortes, ele se sentiu bem. Eu diria, pela incrível interpretação do Joaquin Phoenix, que ele sentiu paz naquele momento. Se encontrou. E lembrando, que ele já não tomava mais os remédios controlados, pois o governo havia cortado as verbas para isso. Então, ele finalmente pôde ser ele mesmo.
O filme não é para adolescentes que buscam aqueles embates tradicionais entre heróis e vilões. É muito mais complexo. Diria até que é um espelho de muito do que vemos hoje. A agressividade, falta de compaixão, excesso de egoísmo… Arthur via toda a hipocrisia das pessoas. Até mesmo do querido apresentador da TV que o chamou apenas para rir dele…
Não que o filme legitime você se tornar um vilão. É preciso deixar claro. O personagem passou por inúmeras situações aliadas aos problemas psicológicos dele. Foi para o lado negativo da existência, mas foi o que ele achou como resposta. Agora cada um toma as suas próprias decisões e claro, responde por elas.
Se fosse o mesmo enredo contando a história de um vilão qualquer, com esse roteiro, seria brilhante da mesma forma. Foi um filme acima dessa hype de Super Heróis ou Vilões. É um longa para refletirmos por muito tempo.
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